Marisa Maiô: o que o sucesso dessa personagem virtual pode nos ensinar sobre IA e comportamento digital
Você conhece a Marisa Maiô? Descubra como essa personagem de IA viralizou e o que ela revela sobre o futuro da inteligência artificial, comportamento digital e influência virtual no Brasil.
7/1/20253 min read
Quem é Marisa Maiô?
Nos últimos 30 dias, o nome Marisa Maiô dominou as buscas, redes sociais e conversas em rodas de café. Criada com ferramentas de inteligência artificial generativa, a personagem surgiu como uma sátira das influencers digitais brasileiras — mas acabou se tornando um verdadeiro fenômeno cultural.
O curioso? Marisa não existe. Ela é um avatar 100% digital, alimentada por IA, sem atriz por trás. E mesmo assim, assinou contratos publicitários, participou de programas ao vivo e gerou mais engajamento que muitos artistas reais.
A explosão da influência virtual com IA
O sucesso de Marisa Maiô marca uma nova fase do marketing digital e da cultura pop:
Ela possui uma "personalidade" criada por um time de roteiristas e refinada por IA conversacional.
Sua imagem foi gerada e animada por softwares de deep learning visual.
Suas falas são roteirizadas com humor ácido, crítica social e comportamento típico das redes.
Esse fenômeno reflete a ascensão das chamadas influencers virtuais — como a já conhecida Lil Miquela nos EUA — e reforça que, com IA, a influência não precisa mais de um corpo físico.
O Brasil, sendo um país com forte cultura de memes, entretenimento e criatividade, foi o palco ideal para esse tipo de personagem prosperar.
O que isso nos ensina sobre comportamento digital?
O caso da Marisa Maiô é um espelho da nossa relação com a tecnologia e com o consumo de conteúdo:
Estamos mais interessados na emoção do conteúdo do que em quem o produz.
Personagens com inteligência emocional simulada são capazes de gerar empatia.
A linha entre real e virtual está ficando cada vez mais borrada.
Isso exige mais responsabilidade de criadores, consumidores e marcas. Afinal, estamos entrando numa era em que “pessoas” podem ser inteiramente artificiais — e ainda assim, moldar comportamento real.
Oportunidades para negócios e marcas
Empresas de olho nas tendências podem aprender muito com Marisa Maiô:
Personas digitais com IA podem representar marcas com mais flexibilidade, custo menor e presença contínua.
Avatares personalizados podem oferecer suporte 24h, treinar equipes ou criar experiências de consumo imersivas.
Influência de IA pode ser usada em narrativas gamificadas, experiências em apps ou campanhas de conteúdo.
O desafio? Manter a autenticidade. Mesmo gerados por IA, esses personagens precisam ter propósito, coerência e conexão emocional real com o público.
Os riscos por trás da popularidade
Apesar do sucesso, o fenômeno levanta preocupações importantes:
Deepfakes e manipulação: até que ponto é ético criar figuras que parecem reais?
Desinformação: se a IA pode parecer humana, como saber o que é verdade?
Exploração de estereótipos: humor e sátira podem reforçar preconceitos se mal conduzidos.
Por isso, é essencial que criadores de avatares com IA ajam com ética, transparência e propósito educativo ou social.
O futuro dos avatares IA e o papel do consumidor
Marisa Maiô não é o fim de uma era, mas o início de uma nova linguagem digital.
Em breve, veremos:
Professores IA com rostos personalizados para cada aluno.
Consultores virtuais que parecem humanos, treinados para resolver problemas específicos.
Narrativas em games, filmes e apps protagonizadas por personagens criados sob demanda.
O consumidor precisa aprender a ser crítico e consciente, desenvolvendo o que os especialistas chamam de “alfabetização digital emocional” — a capacidade de identificar o que é construído por IA e o que é humano, sem perder o encanto, mas com responsabilidade.
Conclusão
O fenômeno Marisa Maiô mostra como a inteligência artificial, quando bem usada, pode criar conexões emocionais reais com o público. Ao mesmo tempo, nos obriga a refletir sobre os limites éticos, os riscos sociais e o futuro da comunicação digital.
Estamos diante de um novo tipo de influência — mais algorítmica, criativa e mutável. Saber usar, entender e até se divertir com ela é essencial. Mas sempre com os pés no chão.